Exemplo de como não se deve fazer “damage control”

Uma das realidades a qual toda empresa deve estar atenta são as situações que colocam em risco a imagem e nome da empresa. Esses situações devem ser tratadas com cuidado e atenção, e ações devem ser tomadas para se minimizar os efeitos negativos à marca e a identidade da empresa. Essa prática, no Inglês, é chamada “damage control”, ou seja, em tradução livre, “controle de danos/prejuízo”. Geralmente é orientada ou conduzida por agências de relações públicas ou assessoria de imprensa.

Para citar um exemplo disso, ou melhor, de como não se deve fazer o “damage control”, comento aqui o caso da Uniban, no incidente da aluna que, ao usar um vestido julgado “excessivamente curto” por seus colegas de faculdade, foi perseguida e agredida (verbal e fisicamente, sendo que não houve danos à integridade física da aluna). O incidente foi exibido pela TVs, no momento em que a aluna em questão era escoltada pela polícia para fora do prédio da universidade. Mas, afinal, qual foi o problema enfrentado pela Uniban, e porque torna-se um exemplo que não deve ser seguido em questões de “damage control”?

Logo após o incidente, a Universidade disse que iria avaliar o caso para tomar as medidas necessárias. Dias depois, expulsou da Universidade a aluna agredida e apenas anunciou suspensão dos agresssores “identificados”.

Ou seja, a vítma foi feita “ré” do caso e penalizada! Na tentativa de minimizar os riscos à imagem da organização (a questão da violência dentro da instituição por parte dos alunos, gerando temor de insegurança no local), a Uniban tomou uma medida precipitada, aparentemente sem base legal, que por fim voltou-se contra ela, gerando diversas manifestações de repúdio por parte da sociedade.

A aluna, que deveria, no máximo, em circunstâncias comuns, ter recebido alguma advertência por uso de trajes “imorais” (como citado), acabou expulsa da instituição. Os agressores, que cometeram atos de violência, tumulto e insultos contra a vítima, no máximo receberam suspensões. E a questão ficou por aí.

Porém, mediante os fatos e circunstâncias, a opinião pública voltou-se contra a Uniban, e o MEC (Ministério da Educação) pronuncia-se dizendo querer ouvir a Uniban, exigindo explicações sobre a tal expulsão da agredida.

Enfim, não quero entrar em discussões sobre moralidade e afins, mas logo percebemos que a reação da Uniban foi excessiva e injustificada, diria mais, impensada. Alguém, querendo logo resolver o assunto, tomou uma atitude qualquer, sem análise e planejamento devidos, o que gerou uma situação ainda pior para a instituição.

Qualquer ação de “damage control” deve ser pensada e pesada com bastante cuidado, devendo levar em consideração os diversos aspectos que possam envolver a imagem da empresa, além de considerar aspectos legais, entre outros, que envolvam a questão. Isso não deve ser tratado levianamente, como nesse caso.

Fica aí esse pensamento e exemplo para reflexão.

Para mais informações sobre o caso, acesse:

(1) Uniban expulsa aluna vítima de violência - http://noticias.br.msn.com/brasil/artigo.aspx?cp-documentid=22539523

(2) Movimento de mulheres marca protesto na Uniban - http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=22544344

(3) MEC pedirá explicações sobre expulsão da estudante - http://noticias.br.msn.com/artigo.aspx?cp-documentid=22542007

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